Hoje,
A CAPITAL, publica um artigo, com o título
”Por amor a Lisboa e em nome do futuro”, retratando a figura do advogado Sá Fernandes.
A propósito da extinção da Feira Popular de Lisboa, Sá Fernandes, defende: «
Não faz sentido o desaparecimento deste espaço que pertence às memórias da cidade e é património de Lisboa», chegando admitir que mais uma vez, por amor a Lisboa, vai tomar as rédeas de uma nova acção popular.
Como alfacinha, e principalmente como apaixonada desta cidade, cumpre-me comentar:
1- Será que o advogado Sá Fernandes, nestes últimos 10 anos, frequentou a Feira Popular? Não me parece. Senão, saberia certamente que nesta última década, o existente como "Feira Popular" nada tinha a ver com a memória histórica desta cidade. Desde uma "montanha russa" decrépita, a um carrossel quase em decomposição, passando por uns "carrinhos de choque" cuja segurança do utente deixava muitíssimo a desejar, bem como um "comboio fantasma" que a única utilidade garantida seria causar irreparáveis traumas imaginários a qualquer criança, só por si seria o suficiente para perceber o estado caótico daquele parque de diversões.
2- Quanto ao alegado património, só me apetece perguntar: quem não se lembra daquelas precárias construções, nas quais estavam instalados diversos restaurantes, ultimamente, quase sempre às moscas, para além dos barracões espalhados pela feira cujas condições de higiene e segurança não seriam provavelmente as recomendáveis?
3- E, se tal não fosse bastante, caberia interrogar Sá Fernandes (que se arroga de acérrimo defensor do direito do ambiente) sobre as condições ambientais para funcionamento daquele espaço como parque de diversões no centro da cidade: Será que o cheiro a sardinha assada e demais petiscos que proliferava na feira e arredores estava em consonância com as regras de protecção ambiental? Será que o ruído proveniente daquele parque de diversões seria compatível com uma vida citadina que se quer com a maior qualidade desejável?
Por tudo isto, o “amor a Lisboa” devia ser mais respeitado e não demagogicamente invocado!