Fernando Ulrich: O homem das cavernas!
A consciência
social é uma componente de qualquer pessoa estruturalmente sã e socialmente responsável.
Na sociedade
portuguesa em que vivemos, hoje, não ter consciência social faz parte de um exibicionismo
de certa “elite”, que se arroga de falar alto e em bom som uma enormidade de despautérios
sem ter vergonha na cara.
Quem não
tem a consciência social deveria ficar no seu recato não se expondo de forma tão
atentatória a falta de respeito pelos direitos humanos e sociais.
Um desses,
“cromos” é Fernando Ulrich, desculpem-me o epíteto, pois não consigo suster a
minha indignação dadas as suas últimas afirmações: “Se os sem abrigo aguentam
porque é que nós não aguentamos”.
É óbvio
que Fernando Ulrich nunca conheceu nenhum sem abrigo, a única imagem que detém é
de alguém a povoar as ruas e becos que, ele vislumbra do interior do seu carro.
Ser “sem
abrigo” é uma etapa da vida de um ser humano que sofre uma usurpação de todos
os direitos sociais e acima de tudo, uma violência à sua dignidade, não é
nenhum estatuto.
Fernando
Ulrich, dada a sua virgindade de consciência social não percebe que, um sem abrigo
já deixou de aguentar há muito tempo, por isso fica sem casa, sem família, sem
bens, sem direitos, dito por outras palavras: sem dignidade!
Fernando
Ulrich é verdadeiramente um homem das cavernas, pela minha parte deveria
manter-se na caverna, mas a democracia tem destas coisas: Temos que conviver
com eles, mas podemos e devemos indignar-nos!
2 Comments:
Admiro a riqueza das tuas palavras Cristina, de rejeição, também da minha parte, porque não posso acreditar que no meu querido Portugal haja quem nos queira comparar aos sem abrigo ao afirmar “Se os sem abrigo aguentam porque é que nós não aguentamos”. Estas fortes palavras são como uma espada que penetra no meu coração e me atinge no mais profundo dos meus sentimentos, o amor pátrio.
De facto, embora 2013 tenha sido declarado como o Ano Europeu dos Cidadãos, parece estarmos a contrariar tudo o que subjaz ao conceito de cidadania. A propósito de "homem das cavernas" e de indignação, lembro muito recentemente as declarações do atual ministro das finanças japonês numa reunião do conselho nacional sobre as reformas da segurança social e ao orçamento para a saúde. E cito o Jornal Público:
"O ministro japonês das Finanças, em funções há cerca de um mês, defende que os cuidados de saúde para doentes mais idosos significam um custo desnecessário para o país e que a estes pacientes deveria ser permitido morrer rapidamente para aliviar a pesada carga financeira que representa o seu tratamento na economia japonesa (...)
“Que Deus não permita que sejam forçados a viver quando querem morrer. Eu iria acordar sentindo-me incrivelmente mal por saber que o tratamento era totalmente pago pelo Governo”(...) As declarações tornam-se ainda mais polémicas quando o ministro defendeu que “o problema só será resolvido” se se deixar os idosos “morrer rapidamente”.
Fantástico. Estamos a regredir, não ao Homo Sapiens Sapiens, mas ao Neandertal.
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