Uma calça, três camisolas estendidas à janela: uma contribuição para diminuir o consumo energético!
Para um lisboeta estender a roupa à janela, faz parte do quotidiano.
Este acto, embora, individual, analisado globalmente marca a história desta Cidade. Quem não se recorda de subir a Rua da Rosa ou descer a Rua Luz Soriano, no Bairro Alto, onde cada edifício se particulariza pelas suas roupas estendidas numa montra de vidas: a dureza do trabalho espelhado num fato de macaco ou o sustento de uma família numerosa traduzida em muitos pares de meias.
Se as populações dos Bairros históricos, ainda, vão alimentando a tradição, noutras zonas da cidade, as regras de coabitação citadina exigem que esta prática se proclame, somente, aos vizinhos dos prédios situados nas traseiras das nossas habitações.
Com contornos mais secretos, esta tarefa, já assumida por homens e mulheres, continua a revelar os hábitos de cada família: basta ouvir o chiar das cordas do estendal, por volta das 6 horas da manhã, durante a semana, para sabermos que o nosso vizinho acorda cedo para trabalhar.
Actualmente, esta prática é elogiada por estudiosos em matéria de consumos energéticos, como uma boa medida para consumir menos energia. Noutras cidades, como Nova Iorque, toda a roupa vai parar à secadora – em casa ou na lavandaria.
Deste modo, a minha vizinha ao estender diariamente a roupa no estendal, provavelmente, sem saber, está a contribuir para um menor consumo energético e a melhorar as condições de vida no nosso planeta!
Por último: Caro lisboeta, conto consigo, para consumir menos energia!