“PASSOS FAZ –SE SAIR
DA CARTOLA”
Ontem, Passos Coelho demonstrou ter uma estratégia de coelho a
sair da cartola, continuando na direcção do abismo económico e social.
O Primeiro Ministro quer fazer uma Reforma do Estado assentando no
corte de quatro mil milhões de euros, nas despesas do Estado, visando atingir flagrantemente
as prestações sociais.
O Primeiro Ministro a “reboque” da indispensabilidade de cortes orçamentais
para cumprimento do programa de ajustamento, quer reformular o modelo do Estado
social português, cuja substância não foi sufragada nas eleições pelos
portugueses.
Antes de ser eleito, Passos Coelho, ainda na oposição, deitou as “garras de
fora” para promover um projecto de revisão constitucional que colocaria em
causa os princípios do Estado Social.
Depois de perceber que, ideologicamente seria muito complicado fazer valer o
seu liberalismo “à deriva”, arrepiou caminho, mas o trauma da resignação
sofrida não se apagou da sua memória.
Eleito pelos portugueses, com a achega de um ano e meio a corroer a memória dos
cidadãos, e "vitimado" pela monumental dívida do Estado português,
nada mais propício para impor a sua sede de “vingança política”, um argumento
de última hora: o governo tem de apresentar à Troika, até Fevereiro, a proposta
da reforma do Estado.
Dissimuladamente tira da cartola a proposta de um corte de 4 mil milhões de
euros no orçamento, com incidência gravosa nas prestações sociais, sabendo de
antemão que, muito dificilmente neste curto espaço de tempo, ocorreria uma
alternativa estruturada e pensada para a Reforma do Estado.
É evidente que, Passos Coelho quer levar por diante o seu modelo liberal, sem
dialogar com os parceiros sociais, forças políticas e sociedade civil. E o
argumento da falta de tempo para o debate, caiu-lhe como “sopa no mel”!
Cabe a todos nós, forçar a inversão desta política sem estratégia, congeminada
como uma “estratégia habilidosa”, para abater o modelo de Estado social
existente em Portugal.
Mas Passos Coelho esqueceu-se do aspecto fundamental para o sucesso de qualquer medida política, nada se faz contra a vontade de um povo quando se vive em democracia!