A consciência
social é uma componente de qualquer pessoa estruturalmente sã e socialmente responsável.
Na sociedade
portuguesa em que vivemos, hoje, não ter consciência social faz parte de um exibicionismo
de certa “elite”, que se arroga de falar alto e em bom som uma enormidade de despautérios
sem ter vergonha na cara.
Quem não
tem a consciência social deveria ficar no seu recato não se expondo de forma tão
atentatória a falta de respeito pelos direitos humanos e sociais.
Um desses,
“cromos” é Fernando Ulrich, desculpem-me o epíteto, pois não consigo suster a
minha indignação dadas as suas últimas afirmações: “Se os sem abrigo aguentam
porque é que nós não aguentamos”.
É óbvio
que Fernando Ulrich nunca conheceu nenhum sem abrigo, a única imagem que detém é
de alguém a povoar as ruas e becos que, ele vislumbra do interior do seu carro.
Ser “sem
abrigo” é uma etapa da vida de um ser humano que sofre uma usurpação de todos
os direitos sociais e acima de tudo, uma violência à sua dignidade, não é
nenhum estatuto.
Fernando
Ulrich, dada a sua virgindade de consciência social não percebe que, um sem abrigo
já deixou de aguentar há muito tempo, por isso fica sem casa, sem família, sem
bens, sem direitos, dito por outras palavras: sem dignidade!
Fernando
Ulrich é verdadeiramente um homem das cavernas, pela minha parte deveria
manter-se na caverna, mas a democracia tem destas coisas: Temos que conviver
com eles, mas podemos e devemos indignar-nos!