Uma geração...
Ontem à noite recebi a notícia da hospitalização e depois do falecimento de Michael Jackson, divulgada pelos órgãos de comunicação social.
É em primeiro lugar a morte de um ícone do século XX, que revolucionou o mundo da música e da dança. Depois do famoso videoclip de “Thriller,” nada ficou como dantes no mundo artístico: a imagem e a estrutura dos movimentos corporais da dança assumiram um inovador estilo freneticamente mecânico e nasceu um novo género musical. Esta realidade será, nas próximas semanas, muito evocada nos media, pelo que vou poupar-vos a mais considerações.
No entanto, Michael Jackson, faz parte do meu universo de memórias dos finais da adolescência e mais tarde das noitadas em tempos universitários. Nos anos 80: Quem não dançou ao som de Michael Jackson? Quem não ouviu, vezes sem conta, as suas músicas?
Hoje, todos nós os que estamos no patamar dos quarenta e poucos ou tantos anos certamente iremos reviver nestes dias, na nossa privacidade, lembranças de uma época que nos marcou. Uma fase da vida de uma geração que viveu ao som do Michael Jackson, no seu período áureo, sem a “telenovela” da sua vida pessoal que se encarregou de destronar a genialidade e originalidade da sua produção artística.
Essa geração que se deslumbrou com os primeiros videoclips, visualizados na “caixa preta” (não havia os LCD), sem You Tube ou I Pood. Nesses tempos quando se queria sair a noite não se enviavam sms aos amigos, tínhamos que discar o número telefónico nos equipamentos telefónicos lá de casa. Aqueles que tinham quinze e dezasseis anos, à época, dedicavam-se a ouvir discos de vinil, que rodavam no prato do gira discos, a 33 ou 45 rotações, pela noite dentro, em casa dos pais mais liberais, e “uma ida ao Bairro” (Bairro Alto em Lisboa) não fazia parte do léxico dessas idades.
Uma geração sem o vício do computador, onde se namorava nas estações do comboio ou no Jardim do Príncipe Real, com o coração a bater em directo, sem o messenger para transmitir ou disfarçar as palpitações.
Michael Jackson morreu, mas a sua obra para a minha geração está bem viva!
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