Uma crónica com 2 anos...
O filme “Elegy”, baseado no romance “O animal moribundo”, com realização de Isabel Coixet, leva-nos ao ”trapézio da paixão”, onde cada salto do trapezista se mede em emoções e angústias, na vertiginosa altura de quem arrisca saltar sem rede. A estória consiste numa paixão entre um homem (professor universitário) e uma mulher (sua aluna), detentores de uma discrepante diferença de idades. Na verdade, a literatura está repleta de empolgantes romances sobre paixões avassaladoras deste género, no entanto, este filme deixa-nos embrenhados no enredo dada a mestria e transparência cristalina com que são protagonizados os afectos nessa relação passional.
Na vida real, quando nos apaixonamos assumimos os papéis mais imberbes, mesmo quando a idade fervilha maturidade, não receando o ridículo e exteriorizando, vezes sem conta, o sentimento de paixão que nos consome. Até uma escaldante temperatura atestada no termómetro da nossa casa, em época de Verão, passa a estado gélido sugestionado pela ansiedade que antecede um novo encontro. O telefone e o gravador das mensagens são dissimulados medidores da tensão arterial, cujo ritmo cardíaco acelera mais ou menos de acordo com a frequência do toque. É nesta fase da vida que os nossos melhores amigos se investem de toda a complacência para não nos apelidar de patéticos. A paixão é um incessante estádio de arco-íris no horizonte, mesmo quando estamos sentados numa estação do metropolitano sem a luz ao fundo do túnel!
Neste filme, Penélope Cruz e Ben Kingsley relembram-nos, porventura aos mais esquecidos, os efeitos sagrados da paixão incólume ao envelhecimento!
Um filme com vida própria, sem dúvida…
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