Será da essência da notícia ser polémica? *

Foto retirada daqui

Numa aula, a propósito dos media, a minha colega Rita questionou: o porquê dos jornalistas se focalizarem apenas em notícias dramáticas e polémicas, actualmente.

Essa pergunta, leva-me a outra questão: Será da essência da notícia ser polémica?

Quando falamos em jornalistas, entenda-se: todos aqueles que fazem notícia com ética e responsabilidade social.

Há bons jornalistas portugueses, sejamos verdadeiros, e não vamos cair no discurso fácil de generalizar a profissão ao mau jornalismo - submissão dos media à lógica empresarial que alterou a pauta jornalística- cada vez mais frequente na nossa comunicação social.

Essa é outra verdade operante -o peso dos interesses do mercado invadindo muitas redacções de todo o mundo, muitas vezes, “sentenciando de morte” impolutas linhas editoriais e bom trabalho jornalístico, sem direito a qualquer contraditório. Fazer notícia é alertar o cidadão, confrontando-o com uma realidade emergente. A lealdade do jornalismo é com o cidadão.Vigiar de forma independente os poderes estabelecidos faz parte da missão jornalística, acarretando consigo um pressuposto de potencial conflito.

Essa conflitualidade é tanto mais latente, quanto mais arrebatador for o acontecimento que a origina.

O preocupante não são as actuais notícias polémicas ou dramáticas. Mas, sim, a forma hábil em produzir verdades enganadoras, sem disciplina de verificação, que nada contribuem para uma melhor informação do cidadão.

A primeira obrigação do jornalismo é a verdade!

* Este post é dedicado à Rita.