Manifesto – Lisboeta desencantada!
(1)
Nasci em Lisboa. O meu bairro situa-se numa das sete colinas da cidade, com vista para o Tejo.
Nasci em Lisboa. O meu bairro situa-se numa das sete colinas da cidade, com vista para o Tejo.
Chegada a época dos Santos Populares, os marchantes da Penha de França disputam com dignidade as concorridas marchas populares, que têm lugar na Avenida da Liberdade, na véspera do dia de Santo António.
Neste bairro o sentimento de vizinhança perdura, até hoje, alicerçado em pequenos momentos, às vezes, partilhados, em curtas idas à mercearia ou ao talho.
Quem cá vive, sabe que o edificado desta zona da cidade, na maioria construído a partir dos anos 40, tem tipologias modestas e sem natureza luxuosa. Este bairro nunca precisou de construções imponentes para se popularizar, os seus residentes sempre conviveram harmoniosamente com a simplicidade das fachadas dos edifícios.
Mas o desencanto bateu à porta: a corrida desenfreada aos novos canais televisivos e à internet, por cabo, invadiram desordenadamente as fachadas dos prédios com quilómetros de fios enrolados, conectados com caixas pretas ou cinzentas de todos os tamanhos e feitios- criando um desalinho de acessórios inexplicável, quando se pergunta quem autorizou tal vandalismo estético.
É um facto que as operadoras deitaram mão à obra, sem qualquer preocupação de instalação, garantindo apenas o essencial: o pagador do serviço conseguir ter acesso rápido à rede, de modo a exigir-lhe imediatamente o pagamento devido.
Quem cá vive, sabe que o edificado desta zona da cidade, na maioria construído a partir dos anos 40, tem tipologias modestas e sem natureza luxuosa. Este bairro nunca precisou de construções imponentes para se popularizar, os seus residentes sempre conviveram harmoniosamente com a simplicidade das fachadas dos edifícios.
Mas o desencanto bateu à porta: a corrida desenfreada aos novos canais televisivos e à internet, por cabo, invadiram desordenadamente as fachadas dos prédios com quilómetros de fios enrolados, conectados com caixas pretas ou cinzentas de todos os tamanhos e feitios- criando um desalinho de acessórios inexplicável, quando se pergunta quem autorizou tal vandalismo estético.
É um facto que as operadoras deitaram mão à obra, sem qualquer preocupação de instalação, garantindo apenas o essencial: o pagador do serviço conseguir ter acesso rápido à rede, de modo a exigir-lhe imediatamente o pagamento devido.
Neste violento temporal de fios e caixas expostas descaradamente à luz do dia, interrogo-me: Onde é que isto vai parar?
A minha resposta é: uma cidade, um bairro sem encanto!
(1) Ver imagens no post anterior.
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