Thursday, December 30, 2010

Bom Ano Novo!

Wednesday, December 29, 2010

Berlin by Objectiva3! (2)

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Fotografia de Cristina Garcia

Berlin by Objectiva3!

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Fotografia de Cristina Garcia

Saturday, December 18, 2010

Esta lisboeta deseja-vos...


Foto de Cristina Garcia- Praça do Comércio -Dez 2010

Muita música...

Festejar o natal!

Não resisto à árvore de Natal de Rockefeller Center!

Wednesday, December 15, 2010

Era já a seguir...

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Fotografia de Cristina Garcia -em NY

Sunday, December 12, 2010

A ovelha negra II


Lembro-me das invernosas idas à Pastelaria Versalhes, para lanchar com a minha mãe, carregando uma sensação de adolescente deslocada e argumentando que aquele lugar tinha parado no tempo: senhoras aperaltadas com penteados insuflados, conservadas em pó de arroz e trajando casacos astrakan dignos do seu estatuto social.

É verdade, que a minha juvenil convivência com os casacos astrakan não foi empolgante, contribuindo, desde cedo, para considerá-los uma marca do conservadorismo.

Os casacos de astrakan são feitos de pele de karakulu, uma espécie de ovelha doméstica, com a repugnante particularidade da pele dos recém-nascidos ser considerada a ideal para a confecção desse vestuário. Assim, os cordeiros acabados de nascer são sacrificados a uma longevidade própria da raça animal, para alimentar o deplorável negócio destas peles.

Na Namíbia, a criação de Karakulus está ligada a economia daquela região, desde a presença colonizadora alemã.

Este território no Sudoeste africano, tornou-se um protectorado alemão durante o final do século XIX. A chegada dos colonos alemães impregnou aquele território de sofrimento, terror e morte.

Os colonos brancos encetaram uma dizimação das tribos Herero e Nama - nativos que se dedicavam essencialmente ao pastoreio - apropriando-se violentamente das suas terras e gado.

A luta dos nativos contra o desumano domínio alemão culminou numa derrota mortífera das tribos, onde os poucos sobreviventes foram escorraçados para o deserto de Omaheke, deixando-os morrer a fome e a sede. Este foi considerado o primeiro genocídio do século XX.

Com a limpeza étnica daquelas paragens no sudoeste africano, os colonos alemães intensificaram a criação de Karakulus, bem como desenvolveram o mercado das peles, aliás, ainda, hoje, uma das principais actividades da Namíbia.

É este lado muito negro que importa não esquecer – a ovelha negra da história!


Um fundo verde ao final do túnel ?!


Fotografia: ©AFP/File / Ronaldo Schemidt


Ontem, encerrou em Cancún, a Cimeira Climática das Nações Unidas. Os governos ao nível global decidiram constituir um fundo verde climático para apoiar os países menos desenvolvidos nos esforços de preservação do ambiente.

Quanto a compromissos para assumir metas mais rígidas referentes às emissões de gases com efeito de estufa (GEE), os governos de todos os países, com excepção da Bolívia, assobiaram para o lado, adiando, mais um ano, a convergência na adopção de medidas à escala global.

Enquanto a governação global não consegue um maior compromisso: perpetuando intenções sucessivas quanto a uma redução, mais exigente, das emissões de GEE - fazendo lembrar noivados infindáveis sem casamento à vista - resta à sociedade civil participar activamente no contributo para o combate às alterações climáticas.

É verdade que a solução é tripolar: governo, empresas e cidadãos, mas incumbe a cada um de nós o dever de “fazer o trabalho de casa”.

Neste momento, estão a pensar: mais uma vez, a conversa das lâmpadas e o não deixar aparelhos electrónicos no modo stand by.

Caro visitante: é isso mesmo! É desligar completamente o computador, as televisões, o vídeo, a aparelhagem do som, o micro ondas, a torradeira e a máquina do café.

Para aqueles que gostam de cozinhar, adianta-se: utilizar panelas com fundos de grande difusão de calor, tapar as mesmas durante a cozedura para consumir menos energia, e caso tenha placas eléctricas, apagá-las uns cinco minutos antes do prato estar pronto.

É verdade: As soluções, às vezes, são elementares mas eficientes!

Os nossos pequenos comportamentos -por mais simples que nos pareçam - são um contributo precioso para um empenho colectivo mais abrangente.

Sunday, December 05, 2010

Relembrar Paris!

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Fotografia de Cristina Garcia

A ovelha negra!

Foto retirada daqui


Em 1877, as ovelhas chegaram à Austrália pela mão dos colonos britânicos. Os primeiros colonos desembarcaram em terras australianas, trazendo na bagagem cerca de noventa ovelhas - sobreviventes da turbulenta viagem.

O britânico intuito colonizador por aquele território antípoda assentou na necessidade de aliviar as sobrelotadas prisões do Reino de Sua Majestade.
O “bilhete da viagem” dos ex – prisioneiros deportados para a Austrália incluía uma condição governamental: tornarem-se economicamente auto suficientes, após dois anos em solo australiano.

As ovelhas, animais dóceis, não exigindo especiais cuidados para a sua criação, adaptaram-se com destreza ao novo território, proporcionando, por outro lado, uma série de fáceis recursos: leite, carne, lã, e outros produtos derivados do leite.

Assim, os rebanhos de ovelhas assumiram um papel fundamental na actividade económica dos colonizadores britânicos na Austrália, com um crescendo significado no mercado britânico da lã.

A travessia pelos colonos das “Blue Moutains”, na colónia de “New South Wales”, veio possibilitar a expansão do pastoreio, dada a imensidão e riqueza das planícies a oeste. Hoje, esta etapa da colonização é referenciada para a Austrália como a primeira fronteira transposta, cujo acto de colonizar é concretizado pela incursão das ovelhas em grande escala naquele território.

Assim, a ovelha assume-se como bússola no percurso histórico dos colonizadores britânicos na Austrália: as suas coordenadas ditam o desenvolvimento e crescimento económico da Austrália e a sua repercussão no Império Britânico – em especial sua relação extra fronteiriça da indústria da lã.

Esta “bússola”, também, deve-nos orientar para a realidade mais cruel: a dizimação das populações aborígenes na Austrália.

De facto, o pastoreio da ovelha levou à modificação das comunidades aborígenes e a colonização branca cometeu atrocidades e horrores. Este lado do processo de expansão pelos colonos no território australiano é um marco de sofrimento e terror vividos pelos aborígenes nesse período.

Neste caso foram as fronteiras dos direitos – à vida, dignidade humana e igualdade – derrubadas sem retrocesso histórico.

Se devemos seguir as ovelhas para compreender a história da paisagem australiana, não devemos esquecer este lado negro, que não corresponde ao sucesso mas à pobreza do pensamento colonizador- a ovelha negra!